Amigos, essa semana me deparei com a ideia absurda de alguém entrar na minha vida e decidir, de bom grado, permanecer. Acreditam nisso? Tipo, uma pessoa decente entrar, gostar tanto de mim a ponto de desejar permanecer comigo por mais do que um mês.
Fui procurar nos papiros se havia algum registro disso, já que OBVIAMENTE uma ideia dessa só pode ter saído da minha imaginação.
O primeiro registro que tenho de minhas aventuras pelos mares do amor é datado do ano de 15. Era claramente uma época muito sombria e… tenebrosa. As pessoas que entraram na minha vida foram terríveis e transformaram aquele período em um trauma digno de cinema (ou da Netflix, talvez. Eles gostam de romances adolescentes). Mas naquele registro ninguém ficou.
Procurei mais à frente e vi mais algumas descobertas, aventuras, histórias que até virariam boas amizades aos quais encontro com namoradas e esposas (ai a casa dos vinte e poucos anos…) que não me deixam esquecer que fiz bons amigos. Mas até ai nenhuma permanência!
Na fase mais recente dessa linha do tempo eu tive uma experiência sim que achei que fosse ficar, mas… Não era tão certo. Estou sendo legal aqui, não era nada certo. Logo, sem permanência.
Parece que cascavilhar a minha história não me garante uma comprovação de que pessoas são feitas para permanecer. Bom, pelo menos não na minha vida.
Elas costumam ser incríveis, cheias de habilidades, doces, cheirosas, com um beijo e um carinho que levam às nuvens, mas ficar? Céus, isso é pedir muito! Com certeza.
Andei vendo aquela série “Amor da Minha Vida” e me vi escritinha ali. Amores da vida aparecem, te dão um sofá cama muito legal, depois entram num carro e vão embora! E te deixam conversando sobre derrota dentro de uma caçamba de lixo (essa cena é simplesmente incrível!). O pobre do meu Victor não aguenta mais catalogar os meus amores da vida.
E novamente, como virou costumeiro nessa página, eu deixo a pergunta:
Sou realmente digna de fazer alguém ficar?
Não me entenda mal: eu adoro o conceito de solitude e entendo que é importante os momentos à sós, mas não me vejo digna de ser a escolha de alguém. Ser a escolhida para permanecer. Onde alguém faria morada e se sentiria em casa nela.
Eu sou apenas a pessoa que alguém brinca de sentir algo. Brinca de cuidar, brinca de ser próxima, brinca de sentir desejo e depois… Volta a vida real.
Não me preparo nunca para o caso de alguém resolver ficar. Não sei nem como funcionaria algo assim. Espero sempre o pior e até sofro por antecedência. Tomara que quando alguém decidir ficar me avise, mande um e-mail, uma carta escrita à mão… Ou só me avise para que eu não passe o resto da vida esperando o dia que alguém vá ficar de verdade.